Comportamento Suicida
O comportamento suicida deveria
ser abordado pelos profissionais de saúde de acordo com a presença de determinadas
características de personalidade como agressividade, impulsividade ambivalência
e retraimento; a relevância da presença de antecedentes familiares, indicação
de sinais de alerta e presença de ideação suicida. Nos aspectos interpessoais e
vinculares levantam se, aspectos destrutivos presentes nas relações,
funcionamento da dinâmica familiar muitas vezes conturbada, as dificuldades de
comunicação durante uma crise depressiva e finalmente os tipos de despedidas
utilizadas mais comumente pelos suicidas. No âmbito social, ressalta-se o medo
da hereditariedade que assombra os familiares do suicida, por representar um conflito
de difícil elaboração, experiência esta geradora de sentimentos ambivalentes,
ora por culpa e ora por raiva; as fases do luto e a importância da criação de
serviços de assistência psicológica aos enlutados e a disseminação das
orientações aos sobreviventes (Barbosa; Macedo & Silveira, 2011).
O comportamento suicida contempla independente
do ponto de vista pelo qual é analisada, uma dimensão central relacionada ao
sofrimento. Pode-se pensar no sofrimento que leva o indivíduo ao ato suicida,
no sofrimento resultante do enfrentamento familiar frente ao suicídio de um de
seus membros, assim como nas conseqüências sociais que tal ato provoca. Nessa
mesma direção, o Informe Mundial sobre a Violência e a Saúde publicado pela
Organização Panamericana da Saúde (OPS) alerta para o fato de que cada pessoa que
tenta efetivamente se suicidar “deixa atrás de si muitas outras – familiares e
amigos – cujas vidas resultam profundamente afetadas desde o ponto de vista emocional,
social e econômico”.
Estima-se, ainda, que o número de
tentativas de suicídio supere o número de suicídios em pelo menos 10 vezes. Com
base em dados da Organização Mundial da Saúde tem-se um dado importante: 15 a
25% das pessoas que tentam o suicídio tentarão novamente se matar no ano
seguinte, e 10% das pessoas que tentam o suicídio, conseguem efetivamente
matar-se nos próximos dez anos.
Assim, o comportamento suicida
exerce forte impacto nos serviços de saúde e calcula-se que 1,4% da carga (burden)
global ocasionado por doenças no ano 2002 deveu-se as tentativas de suicídio.
Estima-se que essa porcentagem chegará a 2,4 em 2020. Os coeficientes de mortalidade
por suicídio (calculados em termos de número de mortes por cada cem mil
habitantes) são consideravelmente mais baixos na América do Sul do que na
América do Norte e Europa. Da mesma forma que em outros continentes, tem-se observado
um incremento nesses coeficientes entre jovens e adultos jovens de sexo
masculino e entre populações indígenas (Botega et al. 2006).
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