A depressão é um tema que tem sido cada vez mais abordado na mídia, nas redes sociais, nos meios acadêmicos. Entretanto, é possível observar que, geralmente, essa abordagem é feita de maneira equivocada, baseando no senso comum, sem pressupostos teóricos ou científicos para embasar a discussão. A tristeza tem sido tratada como sinônimo de depressão e esta por sua vez, como o mal do século. Muitas pessoas quando estão tristes, desanimadas e angustiadas, se classificam ou são consideradas depressivas. Em razão disso, e também, pela vergonha ou preconceito por parte da sociedade, ficam afastadas do ambiente do trabalho, e até mesmo, do meio social. É como se as pessoas não tivessem o direito de sofrer, de chorar ou de ficarem tristes. Além disso, atualmente, é possível verificar o alto investimento em medicamentos antidepressivos, assim como seu elevado consumo (Ferreira; Gonçalves e Mendes, 2014).
A depressão é um transtorno do humor. Os termos depressão e transtornos afetivos são utilizados como equivalentes, porém em sentido exato, não o são. Os transtornos afetivos compõem uma categoria ampla de estados de ânimo (dificuldades no campo das emoções, na capacidade cognitiva, no comportamento e na regularidade das funções corporais). A depressão é a forma mais comum de transtornos afetivos. O termo depressão pode designar um estado afetivo normal, um sintoma, uma síndrome ou várias doenças. A depressão tem sido caracterizada como episódio patológico no qual existe perda de interesse ou prazer, distúrbios do sono e apetite, retardo motor, sentimento de inutilidade ou culpa, distúrbios cognitivos, diminuição da energia e pensamentos de morte ou autoextermínio (Moreira et al.).
A depressão é um transtorno do humor. Os termos depressão e transtornos afetivos são utilizados como equivalentes, porém em sentido exato, não o são. Os transtornos afetivos compõem uma categoria ampla de estados de ânimo (dificuldades no campo das emoções, na capacidade cognitiva, no comportamento e na regularidade das funções corporais). A depressão é a forma mais comum de transtornos afetivos. O termo depressão pode designar um estado afetivo normal, um sintoma, uma síndrome ou várias doenças. A depressão tem sido caracterizada como episódio patológico no qual existe perda de interesse ou prazer, distúrbios do sono e apetite, retardo motor, sentimento de inutilidade ou culpa, distúrbios cognitivos, diminuição da energia e pensamentos de morte ou autoextermínio (Moreira et al.).
A depressão é a alteração afetiva mais estudada e falada na atualidade. Classificada como um transtorno de humor, ela vem reger as atitudes dos sujeitos modificando a percepção de si mesmos, passando a enxergar suas problemáticas como grandes catástrofes. A percepção da realidade hoje tem por base as primeiras relações objetais, as quais funcionam como protótipo, ou modelo para todas as relações posteriores. Tratada como a doença da sociedade moderna, a depressão tem características que podem traduzir uma patologia grave ou ser apenas mais um sintoma do sujeito diante de uma situação real de vida, ou seja, suas características podem determinar uma melancolia em si ou ser apenas um sintoma constituinte de uma outra patologia.
A depressão é conhecida pelos sintomas descritos como apatia, irritabilidade, perda de interesse, tristeza, atraso motor ou agitação, idéias agressivas, desolação e múltiplas queixas somáticas (insônia, fadiga, anorexia). Seu diagnóstico é facilitado pela presença dos sintomas e por um bom conhecimento teórico. Porém, sua dinâmica, suas origens, suas relações objetais e suas concepções ainda podem levantar questionamentos e levar a interpretações equivocadas prejudicando um possível tratamento.
A afetividade é o estado de ânimo ou humor que traduz os sentimentos e as emoções determinando as atitudes gerais de uma pessoa diante de qualquer experiência vivencial, modificando a maneira de pensar e agir. Assim, o humor será regido pelas percepções modificadas decorrentes do afeto alterado.
A euforia (ou hipertimia), a elação, a exaltação, o êxtase, a depressão (ou hipotimia), a angústia são estados afetivos alterados. Na moderna classificação das psicopatologias pode-se encontrar a descrição destes afetos no campo dos transtornos de humor tanto no CID-10 (Código Internacional de Doenças Volume 10) e no DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 2002). A descrição feita nestas duas obras revela que existem dois pólos das alterações afetivas cujas variantes são também classificadas. Esses pólos são os estados depressivos e os estados maníacos, denominados como hipotimia e hipertimia. Estas mesmas categorias são também citadas por Freud em seu artigo "Luto e Melancolia", porém, a alteração afetiva mais comum encontrada na literatura a respeito dos transtornos de humor é a depressão.
O ego do depressivo é desprovido de valor, repreende-se esperando ser expulso e punido. Seu superego é sádico, atacando o ego e promovendo o sentimento de culpa, já que o trata da mesma maneira que gostaria que tratasse o objeto perdido. Este modo de relação objetal do depressivo, narcísico, com superego severo revela as demandas deste sujeito. Um sujeito que quer, que necessita, que exige gratificações pelas constantes frustrações que sofre. As experiências recorrentes de frustração são estímulos poderosos para impulsos destrutivos. Por isso os depressivos têm pensamentos de morte, pensamentos pessimistas têm baixa auto-estima, autodepreciação, auto-acusação, irritabilidade e intolerância. A frustração é que dá origem a esses maus sentimentos, onde se perde o sentido da existência. Com a internalização do objeto que frustra, o mesmo passa a ser um objeto persecutório, não podendo livrar-se dele. Desta forma, o sujeito tenta aniquilá-lo, controlando-o de forma onipotente através da autodestruição como se punisse o objeto persecutório internalizado.
O sofrimento psíquico manifesta-se sob forma de depressão, tristeza e apatia que atingem o corpo e a alma. Ele é decorrente de qualquer estado que desorganize o pensamento, inclusive a perda. Porém, não somente as experiências internas são responsáveis pelo sofrimento e pela dor do depressivo. Outros fatores agregam sofrimento psíquico alterando a afetividade e a percepção da realidade traduzida pela depressão ou euforia ocasionando os chamados Transtornos de Humor. Várias justificativas foram levantadas para explicar a ocorrência dos mesmos, tais como: fatores relacionados à magia, através da qual as alterações de humor são atribuídas à ação maléfica de espíritos; à religiosidade, onde Deus, independente da forma de manifestação ou instituição religiosa, seria o responsável pelo que acontece com o sujeito; explicações orgânicas, as quais datam desde Hipócrates, conforme já referido neste trabalho, e que também se deve considerar a tendência para buscar soluções através do médico e da medicação; e ao tédio, ou seja, ao que poderíamos hoje denominar como falta de sentido, angústia, vazio, insegurança e uma série de outras manifestações que revelam a sensação de insuficiência vividas, às quais o sujeito sucumbe, tal como nas explicações anteriores, onde revela-se a impotência, a passividade e a dependência do outro para enfrentar ou superar tais estados.
Referências:
Esteves, F. C & Galvan, A. L. (2006). Depressão numa contextualização contemporânea: Aletheia.
Ferreira, R. C; Gonçalves, C. M & Mendes, P. G. (2014). Depressão: do transtorno ao sintoma. Psicologia.pt. O Portal do Psicólogo.
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