sábado, 13 de janeiro de 2018

PREVENÇÃO DO SUICÍDIO


Prevenção do suicídio

Ainda quanto à prevenção do suicídio, outro aspecto a ser discutido é os serviços de saúde e seus profissionais, que atendem pessoas por tentativa de suicídio, e que não costumam acompanhar estes pacientes após-evento, negligenciando a importância vital do encaminhamento para serviços de atenção em saúde mental para tratamento e orientação dos familiares. Cerca de 15 a 25% das pessoas que tentam suicídio, tentarão se matar no ano seguinte e 10% efetivamente conseguem se matar nos próximos 10 anos Certamente falta capacitação técnica e profissional dos profissionais, pois a detecção de sinais e sintomas de depressão pode ser feita através de uma investigação mais cuidadosa do histórico daquela pessoa, inclusive com a adoção de instrumentos de rastreamento para depressão e risco suicida facilmente aplicável nas rotinas de avaliações em saúde, inclusive por enfermeiros.


Em termos de prevenção do suicídio, destacam-se algumas possibilidades como o tratamento de pessoas com transtornos mentais; a apresentação apropriada de notícias e informações sobre depressão e suicídio na mídia e uma necessária articulação de fatores clínicos e educacionais para populações de risco e em geral. Quanto aos aspectos psicossociais discutem-se os mitos, a desinformação, e o preconceito em torno do termo depressão; a interferência de fatores ambientais no curso da doença e as dificuldades nas relações interpessoais, prejuízos no trabalho e demais atividades sociais e na qualidade de vida do paciente deprimido.


A prevenção do suicídio é de suma importância no enfrentamento desta problemática na sociedade moderna, pois se sabe da importância da avaliação dos fatores de risco (impulsividade, agressividade, retraimento, falta de suporte social) e dos fatores de proteção (presença de suporte social, mecanismos de coping) para um melhor manejo do paciente suicida, o que exige uma abordagem ao mesmo tempo diretiva, complexa e multidisciplinar. São apontadas as formas de tratamento mais eficazes, que dependem de uma  combinação de medicações e psicoterapia, como também, a adoção de estratégias para intervenções preventivas na área de saúde pública, educação em saúde e o papel de divulgação por parte das mídias, que atentem para a identificação das pessoas com risco de suicídio e encaminhamentos possíveis (Barbosa; Macedo & Silveira, 2011).



Diagnóstico precoce e tratamento correto da depressão são, comprovadamente, uma das maneiras mais eficazes de se prevenir suicídio. Na década de 80, o Comitê para Prevenção e Tratamento da Depressão da Suécia ofereceu um programa de capacitação para todos os médicos generalistas da ilha de Gotland. Tal programa resultou em melhores índices de detecção e de tratamento dos casos de depressão, com redução de 60% nas taxas de suicídio nos dois anos seguintes, diminuição nas taxas de internação psiquiátrica e de faltas no trabalho devidas à depressão. O custo total do programa, que não chegou a um milhão de dólares, poupou danos de cerca de 26 milhões de dólares. Os achados do estudo de Gotland foram replicados com sucesso em outros locais por outros autores (Botega et al. 2006).


A prevenção do suicídio é uma atitude de caráter universal, pois quando eu luto pela preservação de uma vida, isso significa que estou lutando pela perpetuação da espécie humana (Maria Célia). 

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