Prevenção do suicídio
Ainda quanto à prevenção do
suicídio, outro aspecto a ser discutido é os serviços de saúde e seus
profissionais, que atendem pessoas por tentativa de suicídio, e que não
costumam acompanhar estes pacientes após-evento, negligenciando a importância
vital do encaminhamento para serviços de atenção em saúde mental para
tratamento e orientação dos familiares. Cerca de 15 a 25% das pessoas que
tentam suicídio, tentarão se matar no ano seguinte e 10% efetivamente conseguem
se matar nos próximos 10 anos Certamente falta capacitação técnica e
profissional dos profissionais, pois a detecção de sinais e sintomas de
depressão pode ser feita através de uma investigação mais cuidadosa do histórico
daquela pessoa, inclusive com a adoção de instrumentos de rastreamento para
depressão e risco suicida facilmente aplicável nas rotinas de avaliações em
saúde, inclusive por enfermeiros.
Em termos de prevenção do
suicídio, destacam-se algumas possibilidades como o tratamento de pessoas com
transtornos mentais; a apresentação apropriada de notícias e informações sobre
depressão e suicídio na mídia e uma necessária articulação de fatores clínicos
e educacionais para populações de risco e em geral. Quanto aos aspectos psicossociais
discutem-se os mitos, a desinformação, e o preconceito em torno do termo
depressão; a interferência de fatores ambientais no curso da doença e as
dificuldades nas relações interpessoais, prejuízos no trabalho e demais atividades
sociais e na qualidade de vida do paciente deprimido.
A prevenção do suicídio é de suma
importância no enfrentamento desta problemática na sociedade moderna, pois se
sabe da importância da avaliação dos fatores de risco (impulsividade,
agressividade, retraimento, falta de suporte social) e dos fatores de proteção
(presença de suporte social, mecanismos de coping) para um melhor manejo do paciente
suicida, o que exige uma abordagem ao mesmo tempo diretiva, complexa e
multidisciplinar. São apontadas as formas de tratamento mais eficazes, que
dependem de uma combinação de medicações
e psicoterapia, como também, a adoção de estratégias para intervenções
preventivas na área de saúde pública, educação em saúde e o papel de divulgação
por parte das mídias, que atentem para a identificação das pessoas com risco de
suicídio e encaminhamentos possíveis (Barbosa; Macedo & Silveira, 2011).
Diagnóstico precoce e tratamento
correto da depressão são, comprovadamente, uma das maneiras mais eficazes de se
prevenir suicídio. Na década de 80, o Comitê para Prevenção e Tratamento da
Depressão da Suécia ofereceu um programa de capacitação para todos os médicos
generalistas da ilha de Gotland. Tal programa resultou em melhores índices de
detecção e de tratamento dos casos de depressão, com redução de 60% nas taxas
de suicídio nos dois anos seguintes, diminuição nas taxas de internação
psiquiátrica e de faltas no trabalho devidas à depressão. O custo total do
programa, que não chegou a um milhão de dólares, poupou danos de cerca de 26
milhões de dólares. Os achados do estudo de Gotland foram replicados com
sucesso em outros locais por outros autores (Botega et al. 2006).
A prevenção do suicídio é uma atitude de caráter universal, pois quando eu luto pela preservação de uma vida, isso significa que estou lutando pela perpetuação da espécie humana (Maria Célia).
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